9.14.2015



Breaking Boundaries - Capítulo 2 - Abused













— Não, por favor. — Falei tentando me afastar.

— Calada.

— Eu vou gritar. Me solta! — O empurrei. Ele agarrou em meus pulsos e me imobilizou, ficando por trás.

— É melhor você ficar quietinha, se não, já sabe, né? — sussurrou ao meu ouvido. Ainda me mantendo presa, pegou uma fita que tinha no criado-mudo e colocou em minha boca. — Mas por via das dúvidas, vai ficar assim.

Dei um pisão forte em seu pé e soltei-me. Fiquei de frente e tentei correr de costas para manter ele afastado o máximo possível.
Referente ao meu ato, deu um tapa em meu rosto, fazendo o mesmo virar e formigar por tamanha força. Levei a mão imediatamente ao local atingido.

— Vai continuar isso até quando? — falou entre os dentes. — Agora será da pior maneira. — tirou o celular do bolso e teclou alguma coisa, enquanto eu continuava com a mão na bochecha por causa da dor que sentia.

Logo bateram na porta. Ele foi até a mesma e a abriu. Um cara de estatura média estava com uma caixa retangular em mãos. Entregou ao Ian que pegou o que havia dentro e fechou a porta em seguida. Ele bufava, dava para ver a fúria em seus olhos quando caminhou até mim. Estava com algo em sua mão esquerda, mas escondia atrás das costas. Segurou em meus cabelos, bem próximo ao meu couro cabeludo, e puxou minha cabeça um pouco para trás, me fazendo olhar para cima.

— Ou seja, da maneira que mais gosto. — concluiu com um sorriso discreto.

Logo o chicote com uma base de madeira foi revelado. Passou lentamente pela minha perna e deu a primeira chicotada na área. Grunhi e fechei os olhos. Com certeza amanhã a marca estaria lá. Fez a mesma coisa na outra coxa e me virou de bruços, ficou em cima de mim com meu corpo entre suas pernas e sentou em minha bunda. Mais quatro chicotadas, foram  desferidas em minhas costas. Aquilo ardia como o cão no próprio inferno. Lágrimas começaram a brotar no canto dos meus olhos. O choro veio sem que eu permitisse, a dor era quase que insuportável, sentia minha pele formigar, doer e arder ao mesmo tempo. Não era qualquer dor, era uma dor que numa escala de 0 a 10, daria oito.

Ainda na posição que estava, abriu meu sutiã, se inclinou sob meu corpo e beijou minha nuca. Meus cabelos pendiam para o lado e sentia o suor frio descer pela minha testa.

— Agora vai obedecer, né? — falou e encostei a cabeça na cama, chorei baixinho tentando esconder o máximo de ruídos possíveis, que saiam abafados. Ele então me virou de lado. — Desculpe-me, mas você que pediu por isso.

Apenas respirei fundo e me concentrei no choro que foi cessando aos poucos. Ele aguardou acariciando meu cabelo.
Sinceramente não entendi o porquê daquilo. Talvez não fosse um monstro como pensei. Pudera ser apenas um homem que não aceita a possibilidade de ficar por baixo, ser controlado, e que quer mostrar seu poder, seja qual for a maneira, a qualquer custo.
Ele retirou a fita que estava em minha boca com cuidado. Dei um suspiro de alívio para então, ter minhas mãos soltas.

— Não quero lhe machucar. Quero apenas que sinta o que há de melhor na vida. Prazer. — me deitou virada para cima e Deslizou as alças do meu sutiã pelos meus braços, deixando-me totalmente nua da cintura para cima. Já estava sem forças para reagir. Cada parte do meu corpo doía.

Com uma vontade insaciável, abocanhou meu seio direito e começou, literalmente, a mamar. Gemi com a boca entreaberta e pude perceber o sorriso que se formava em seus lábios, ainda rentes à minha pele. Senti meu sexo umedecer. Os dedos dele deslizavam suavemente pela minha cintura, desceram até meu quadril e foram de encontro a minha calcinha, que foi abaixada até meus joelhos. Passou a mão pela área interna das minhas coxas e seus dedos alcançaram minha vagina. Seu toque era suave e me fez estremecer quando começou a estimular meu clitóris. Trocou de seio e fez o mesmo no esquerdo enquanto me penetrava com dois de seus dedos. Segurei na colcha e a apertei com força. Sentia um leve desconforto. Quando comecei a sentir que minhas pernas iam perdendo a força, ele parou. Ficou de joelhos na cama e tirou o cinto. O volume era bem perceptível. Abaixou a calça juntamente com a cueca. Recusei-me a ver seu membro e fechei os olhos.
Inclinou-se novamente em cima de mim e me penetrou. Começou com estocadas rápidas e fortes. Doía, e muito. Era um misto de dor... Que depois de um tempo se transformou em prazer. Eu gemia, implorando para que ele parasse com aquela tortura. Logo a dormência em minhas pernas voltaram e senti uma onda de energia percorrer meu corpo e morrer no meu ventre. Logo após senti um líquido quente me invadir. Ian secou a testa suada com as costas da mão direita. Levantou-se e subiu as calças, prendendo o cinto em seguida. Fiquei tentando manter minha respiração controlada, o ar naquele momento estava escasso para mim.

— Anda, você precisa de um banho.

Neguei com a cabeça, ainda impossibilitada de falar, sentia muita dor. O atrito da colcha da cama com minhas costas só piorou a situação. Fiquei deitada de lado para tentar aliviar o que estava me incomodando.
Ian então foi para a lateral da cama. Estendeu a mão pra mim, na qual fiz questão de agarrar e cravar as unhas em seu pulso, com toda a força que me restava, também precisava deixar minha “marca”.
Ele berrou e se afastou colocando a mão por cima de onde atingi. Me olhou com os olhos flamejando. Seu pulso sangrava.

— Você tem 10 minutos para estar lá em baixo. — Falou e sem mais delongas, saiu, trancando a porta em seguida.

Tenho certeza que minha vida não poderia ficar pior. Levantei com certa dificuldade. Fui para o banheiro lentamente. Quando cheguei lá, olhei minhas costas pelo pequeno espelho que havia ali. Listras finas e vermelhas deixavam em auto-relevo minha pele. Liguei o chuveiro e a água do mesmo estava extremamente quente. Só podem estar brincando com minha cara. Mas vai assim mesmo. Entrei com tudo e o que senti se resume em uma simples palavra de três letras, dor.
Já de “banho” tomado, peguei a toalha que já estava lá. Aquele vestidinho que estava usando fora totalmente rasgado, e estava no chão do quarto. Fui ate a porta e bati de punho fechado.

- Ei! – Gritei. Nenhuma resposta, bati mais algumas vezes.

- O que você quer? – Alguém respondeu.
- Oh, fale para seu patrão que não tenho habilidades mágicas para fazer uma roupa surgir no quarto. Se ele quer que eu desça, que pelo menos me dê algo para vestir. Ah, faz o favor também de mandá-lo tomar...

- Já entendi, ô vadia de quinta. – Respondeu e ouvi passos se distanciando.

Algum tempo depois a porta foi aberta e jogaram a roupa em mim.

- Só avisando que o chefe quer você lá no salão principal agora, como todas as outras.

Dei o dedo do meio pro cara, que ignorou e saiu fechando a porta.
Certo, o que temos aqui? Um vestido tomara-que-caia, preto, colado ao corpo e curto. É o que temos. Então o jeito é ir assim mesmo.
Só quando coloquei, percebi que as costas do vestido eram nuas. Por um lado, não ficaria incomodada. Por outro, teria que expor aquilo que passei aquela noite.
Bati na porta, mas ninguém atendeu. Girei a maçaneta e estava aberta. Isso! Olhei para os dois lados do corredor imenso e não tinha ninguém. Sai lentamente, cuidando para que ninguém me visse.

- Onde pensa que vai? – Um homem de dois metros de altura me pegou pelos braços por trás.

- Droga... – resmunguei baixinho.

Neste dia praticamente só fui arrastada. Não foi diferente desta vez. O armário de dois metros me levou ao local onde todas as meninas estavam. Colocou-me na fila e mandou ficar quieta.
As garotas usavam vestidos altamente vulgares. Nossa.
Liliane estava indo a cada uma com uma prancheta em mãos, anotando algo que elas falavam. A menina que estava ao meu lado, reconheci como das que foram levadas antes que todas, olhou minhas costas e esboçou no rosto medo.

- Você também? – perguntou.

- Também o quê? – ela fez um gesto com a cabeça apontando para trás. – Ah... então quer dizer que você apanhou?

- Sim, uhm... meio que não fiz o que o cara queria...

- Entendo. Ele lhe machucou muito? – senti-me preocupada, ela aparentava ser bem mais nova que eu.

Ela era bem branca, seu rosto ficou um pouco avermelhado e ela começou a chorar. A abracei e ela soluçou no meu ombro. Fiquei afagando o cabelo loiro dela, dando conforto. É, eu sabia muito bem o que ela tinha passado. Estava resistindo a tudo até agora, mas a qualquer momento, tudo viria à tona e me desfaria em lágrimas.

- Hey. Chega disso né? – Liliane estava a nossa frente. – Seu nome completo e idade.

- Ashley Malcon, quinze anos, se-senhora. – respondeu a loirinha entre soluços quando se desfez do meu abraço.

- Já sabe qual vai ser seu codinome? – Liliane perguntou e Ashley apenas assentiu com a cabeça. – Anda! Fala logo! Não tenho a noite toda. – Berrou e a menor encolheu os ombros e soluçou mais.

- Ma- Madson.

Liliane anotou na folha e se direcionou a mim.

- Diz teu nome completo e idade.

- Nina Dobrev, dezoito anos.

- Codinome, já pensou em algum? – perguntou enquanto anotava.

- claro, até porque fiquei pensando em qual nome iria usar enquanto estava sendo estuprada. – ironizei.

- Fala logo, garota atrevida.

Bufei e revirei os olhos, tinha que pensar em um nome, rápido.

- Katherine Pierce. – disse.

- Olha, a vadia quer ter nome composto. – riu e escreveu.

- Olha, a vadia aqui não é eu. Me chama de vadia de novo, que quem vai ter uma cara composta de murros vai ser você. – A encarei.

Ela continuou rindo de mim e deu as costas.

- Rapazes, serviço terminado. Podem levá-las para as boates.

Os capangas que estavam ali presentes separaram-nos em grupos de cinco, distribuindo entre cinco carros grandes e totalmente escuros. Ashley ficou no mesmo carro que eu e quando entramos, ela me abraçou fortemente.

- Por favor, não chora, sei o quanto é difícil... mas vamos sair dessa ok? – disse e ela assentiu com a cabeça.


O carro foi ligado, agora só Deus sabe para onde estão nos levando.