Breaking Boundaries - Capítulo 1 - Changes
P.O.V – Nina Dobrev.
Meu voo era às 10;00a.m. Minha mãe estava me levando para o
aeroporto. Minha vida seria bem diferente a partir do momento em que eu
embarcasse. Uma nova cidade, um novo emprego – ótimo por sinal – me aguardava.
Havia planejado tudo há alguns meses atrás. Hoje seria o dia em que colocaria
tudo em pratica.
Michaela, minha mãe, estava feliz e ao mesmo tempo triste
com minha decisão. Ela disse que eu poderia arranjar um emprego na minha cidade
mesmo, ou até nas proximidades, mas eu não poderia perder tal oportunidade.
O emprego seria em um restaurante fino em Los Angeles.
Ganharia muito bem como ajudante de chefe. Fiz um curso para aperfeiçoar meus
dotes culinários e para conseguir a vaga.
- Bem, chegamos. – minha mãe falou ao parar.
Dei um abraço apertado nela que retribuiu.
- Vou sentir saudades. – disse. – mas é por pouco tempo.
Prometo ligar sempre que der.
- Também sentirei saudades filha. Mas vá antes que se
atrase. – fungou e riu.
- Dê um beijo no pai e no Alex. – sorri.
- Tudo bem. – me deu um beijo na bochecha.
Sai do carro e fui para de trás do mesmo. Peguei minha mala
grande no porta-malas. Distanciei-me do carro, minha mãe buzinou e logo saiu.
Entrei no aeroporto que, apesar de ser uma quarta-feira,
estava lotado. Demorei um pouco para fazer o check-in e despachar a minha mala,
a fila estava enorme. Fiquei com minha bolsa que tinha apenas o necessário.
Fui para a sala de embarque. Sentei-me para aguardar ser
chamada para o voo. Pouco mais, avisto Liliane, a representante da empresa que
me ofereceu a vaga. Atrás dela vinha duas outras garotas. Elas vinham em minha direção. Nos
cumprimentamos e as garotas se apresentaram. Eram Christina e Jade.
- Voo 483, com destino à Los Angeles. Comparecer ao portão B
para embarque. – Ouvimos
Christina, Jade e eu fomos para o portão B. Não vi Liliane
nos acompanhar. Alguns minutos depois a passagem foi liberada. Ia demorar algum
tempinho para entrarmos no avião. Tinha muita gente na nossa frente.
Vi Liliane, ela logo se aproximou.
- Não querem que eu leve a bolsa de vocês lá para dentro?
Aposto que com esse tanto de gente não vai caber tudo nos bagageiros. – falou e
riu.
Jade ia tirar algo de dentro da bolsa.
- não, não precisa tirar nada. Já vou deixar tudo acertado
lá na frente okay?
Dei de ombros e entreguei minha bolsa para ela. As garotas
fizeram o mesmo. Pouco depois, Liliane sumiu novamente.
Chegou nossa vez.
- Passagem e documentos senhoritas. – falou um cara com uma
blusa branca social, gravata vermelha e calça social.
- Josh, elas estão comigo. – disse Liliane ao sair do túnel
que levava ao avião.
O tal Josh apenas assentiu com a cabeça e nos deixou passar.
Fomos para nossos respectivos assentos.
***
Depois de quase 5 horas, chegamos. Desembarcamos e fomos até
a esteira pra procurar nossas malas. Vi que Liliane falava com um dos
seguranças e logo veio falar conosco.
- As suas malas foram extraviadas... – falou.
- Mas como vou me vestir? A gente ainda tem que ir pro
restaurante hoje! – Jade falou e olhou para seu relógio de pulso. – Aliás,
daqui à uma hora.
- Não se preocupem. Vamos fazer umas compras hoje. Talvez
demore algum tempo para as malas chegarem. E mais uma coisinha, eu pago. –
Liliane esclareceu sorrindo.
Deram um gritinho de alegria. Eu apenas sorri. A única coisa
que eu queria era uma cama para descansar.
Saímos do aeroporto e já tinha um carro preto e de vidros
fumê nos aguardando. Entramos no mesmo. Cada uma iria ser deixada nos
apartamentos que tínhamos comprado aqui. Ficamos algum tempo conversando.
Senti alguma mudança no carro. Saímos do asfalto e agora
percorríamos uma estradinha de terra improvisada.
- Pra onde estamos indo? – disse.
Eu e as garotas trocamos olhares confusos. Liliane
permaneceu calada no banco da frente.
- Anda Lili, diz! – foi a vez de Christina se manifestar.
- Caladas! – esbravejou e bateu no painel fazendo o
porta-luvas abrir. Tirou algo lá de dentro.
Só percebi o que era quando ela se virou em nossa direção e
apontou um revolver para a gente.
- Não quero mais um piu nessa bagaça, estão me ouvindo? –
gritou.
Ficamos apavoradas. Simplesmente paralisamos.
- Ainda bem que entenderam. – Falou e se virou novamente
para frente.
Christina pegou sua bolsa e procurou algo dentro dela.
Provavelmente sem sucesso, começou a chorar. Jade pegou a bolsa dela e checou.
- Está vazia. – murmurou triste.
Peguei a minha e a abri. Também estava vazia.
- O que fez com as nossas coisas? – gritei.
- Não vão precisa delas. – Liliane falou calma.
Bufei. Não poderia reclamar, afinal, ela estava armada.
Jade abraçou Christina a consolando. Elas ficaram bastante
tempo assim, ate o choro da mesma cessar.
Depois de cerca de 30 minutos o carro parou. Liliane desceu
e fechou sua porta. Abriu a de trás e puxou Jade pelo braço.
- Andem! Estão esperando o quê? – falou estressada.
Christina saiu e logo
depois sai. Pude observar o ambiente. Aparentemente era um galpão. Logo dois
brutamontes me agarraram pelos braços e me arrastaram.
- Me soltem! – gritei e tentei me soltar deles, sem sucesso.
Eles me ignoraram completamente. Levaram-me para um cômodo
onde 20 outras garotas também estavam lá. Empurraram-me para dentro e trancaram
a porta pelo lado de fora.
- Merda. – sussurrei. Passei a mão pelos cabelos e em
seguida bati na porta de punho fechado. Fiquei andando em círculos enquanto as
outras garotas me observavam.
De repente a porta se abriu. A primeira coisa que tentei
fazer foi sair, mas fui barrada por dois caras.
- As vinte e uma, em fila, agora! – um deles disse e todas
obedeceram, menos eu. Fiquei parada e cruzei os braços.
- E você? Anda garota, para a fila! – o outro falou,
permaneci parada os encarando.
- Hmm, o patrão vai gostar dessa. – o primeiro falou
enquanto me analisava de cima a baixo. – Begg, leva as outras pro salão principal,
deixa que dessa aqui cuido eu. – Concluiu sorrindo.
- Certo Brad. – o segundo assentiu e tirou as outras meninas
do quarto.
O que ficou no quarto
veio até mim em passos lentos. Quando chegou perto o suficiente, tentou colocar
a mão em meu rosto. Me esquivei.
- Não toca em mim. – gritei e bati na mão dele, que apenas
riu.
- Bravinha você, né? – segurou em meu pulso e me puxou para
perto. – abaixa a guarda aew, ta me escutando? Se não as coisas vão piorar pra
você, bonitinha.
Cuspi no rosto dele e puxei meu pulso, mas ele era mais
forte. Limpou o rosto, tirou uma arma do cós da calça e apontou para a minha
cabeça.
- é surda ou se faz, garota? Pelo visto tem muito que
aprender. – Falou e me levou para fora dali. Fui relutante até onde ele me
levou, local onde as outras meninas estavam, e me colocou na fila.
Outro cara, alto e de cabelos negros analisava cada uma. Com
uma das mãos as tocava e com a outra segurava um copo de uísque, onde dava
alguns goles por vez. Foi olhando cada uma e todas elas abaixavam a cabeça,
evitando contato visual. Até que ele se aproximou de mim. Deu um sorriso de
lado quando viu que Brad estava com a arma em minhas costas.
- Vire-se. – falou e deu outro gole no uísque sem tirar os
olhos de mim. Fiquei parada e senti o cara empurrar a arma contra minha coluna.
- senhor, essa é meio dura de lidar, quer que eu...
- silencio.
- Sim senhor.
O que estava a minha frente passou a mão pela curva da minha
cintura, foi para minhas costas e desceu para minha bunda, onde apertou. Dei um
tapa em seu rosto que virou com o impacto. Escutei a arma que estava em minhas
costas sendo destravada e senti o olhar de todo ali sobre mim.
- Senhor Ian, tudo bem? – alguém falou ao fundo.
Ian então apenas levantou o copo como se estivesse brindando.
Deu as costas e se afastou.
- As que são virgens, um passo a frente. – ordenou. Quatro
meninas deram um passo a frente. – Mais alguma? – nos encarou. Seus olhos azuis
eram penetrantes e absurdamente lindos. Hesitei em dar o passo, mas assim mesmo
andei. – Levem-nas.
Me pegaram novamente pelo braço e revirei os olhos.
- Ei, essa não, ela ainda tem que aprender a se comportar. –
Ian falou e soltaram-me. – As demais, acompanhem Brad, ele ia direcioná-las.
Assentiram e saíram escoltadas por alguns homens. Ele
dispensou os outros que haviam sobrado apenas com um gesto com a mão. Deixou o
copo já vazio em cima de um balcão e veio em minha direção novamente.
- Seu nome. – falou. Fiquei calada. – Diga ou irá ser pior.
- Paola. – menti.
- Wood! – gritou e um homem veio em nossa direção.
- sim, senhor. – falou.
- Consiga com Liliane os documentos dela. – apontou para
mim. – ela deve estar no meu escritório.
O cara não falou mais nada e saiu. Pouco depois Liliane
apareceu e caminhou até nós sorrindo.
- Aqui Ian. – entregou meus documentos a ele.
- Senhor, Liliane. Senhor. – Falou e olhou minha identidade.
– ahm, ok. Nikolina, na verdade. Bonito nome. – sorriu debochado e revirei os
olhos. – Leve isso. – deu meus documentos novamente para Liliane.
- Certo, vai também dar um codinome para ela? As outras já
estão providenciando isso. Acho Nikolina um nome tão sem sal para uma vadia. –
ela falou e riu. – também não queremos que descubram a identidade das nossas
garotas, não é?
- Verdade, não se preocupe com isso, cuide do seu trabalho.
– ele falou. Ela assentiu com a cabeça e saiu. – Vamos.
- Eu não vou com você. – disse
- Meu bem, você não tem querer. Eu mando em você agora, e o
que eu quiser você vai fazer, certo? Não ouse me desafiar, aposto que não quer
estragar esse lindo rostinho, não é?
Revirei os olhos. Não iria ser fácil viver daquele jeito,
mas eu não cederia.
- Já falei, eu não vou. Você não é meu dono. Não saio daqui,
nem que me obrigue.
Ele sorriu de canto, assobiou e dois caras chegaram por trás
de mim e seguraram meus braços.
- Levem-na para um dos quartos que há aqui. Dêem uma muda de
roupa também. Ela vai precisar. – falou e assim fizeram.
Me levaram pro quarto e me deram um vestido soltinho, uma
lingerie e uma toalha. Ótimo, eu realmente estava precisando de um banho.
Entrei no banheiro que tinha lá e tranquei a porta. Me despi e liguei o
chuveiro, entrando em baixo em seguida. Deixei a água passear pelo meu corpo
enquanto pensava em como tudo isso tinha acontecido.
Flash-back – 5 Meses Atrás.
- Mãeeee!! – gritei quando entrei em casa. – Consegui.
- Sério filha? Que Maravilhoso! – ela veio em minha direção
e me abraçou.
- Sim! – dei um gritinho de alegria e retribui.
- Ei, o que aconteceu que não estou sabendo? – meu irmão
mais velho, Alexander, falou.
- Consegui aquela vaga daquele restaurante em L.A. – disse e
soltei a mãe.
- Olha ai minha pequena. – falou rindo e me abraçou de lado.
– parabéns! – beijou o topo da minha cabeça.
- Ai meu Deus, estou tão ansiosa! Los Angeles, lá vou eu! –
disse rindo e os dois riram comigo.
Bem, olha só onde estou agora. Poderia estar em casa,
concluindo meus estudos... mas não, estou sabe sei lá aonde em uma cidade que
não conheço. Fui praticamente roubada, porque investi muito em um apartamento,
provavelmente inventado, e na mobília. E estou sendo... mantida como refém? Não
sei ao certo.
Sai do box e me enxuguei com a toalha. Cobri meu corpo com a
mesma e fui até a cama, onde estava a roupa. Vesti-me e comecei a secar meus
cabelos na toalha, quando a porta foi aberta.
- Não disse que era pra vestir agora. – Ian falou.
- Dês de quando você manda em mim mesmo? Ah, lembrei, NUNCA!
- Shh, você fica mais bonita quando esta calada.
Revirei os olhos.
- Dá pra sair daqui?
- Quem dá as ordens aqui, sou eu. Então, tira a roupa.
- O quê? Ta louco? – perguntei assustada.
- Rápido, não tenho o dia todo.
Tentei recuar para voltar ao banheiro, mas ele me impediu.
Segurou em meu pulso e logo o mesmo estava envolto por uma algema. Empurrei-o
com a outra mão, mas ele a pegou e colocou a algema também.
- Fica calminha querida. Só estou começando. – Falou com m
sorriso malicioso no rosto e foi me empurrando devagar até a cama.